quinta-feira, 30 de junho de 2011

O avesso de mim

E sabe quando foi que eu percebi que eu sentiria a falta dela?

Quando ela foi embora de verdade, quando ela largou tudo que nós tínhamos construído juntos naquele apartamento, quando ela parou de acordar ao meu lado, quando ela parou de dormir com a TV ligada, e principalmente quando ela parou de sorrir pra mim.

Eu não imaginava que esse dia ia chegar pra nós dois. Tudo bem que nunca fui o melhor dos namorados, mas eu sempre a quis do meu lado, e sempre achei que querê-la bastaria, que ela viveria bem com o que eu lhe oferecia em forma de amor. Ah, eu nunca entendi mesmo as mulheres e essa era apenas mais uma...

Que nada!

Não sentir o cheiro dela na toalha, não tomar o café forte dela, não dividir o banheiro com ela, não ficar sem fazer nada com ela, não olhar mais pra ela era como acordar e não ver o sol que ela tanto amava e me ensinou a amar, era como ver o jogo do flamengo e não vibrar com cada passe perfeito, era como viver sozinho no meio de milhares de pessoas.

Aquela mulher do andar mole, da cintura fina, do sorriso de lado, do cabelo jogado, da pele branca, dos olhos penetrantes me fez ver que quando se ama, a única coisa que queremos é estar com essa pessoa, e que não podemos fazer o mínimo por ela e achar que assim se vive bem, é necessário ser o mais, o mais inteligente, o mais atraente, o mais apaixonado, o mais...

Eu não sei o que mais, eu não posso saber, eu não fui esse mais.

Carolina Tardivo

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Indo atrás da paz

Eu andava precisando de paz, foi aí que uma amiga me sugeriu viajar. Viajar sem um rumo certo, pra algum lugar ainda desconhecido, ou até mesmo conhecido, mas um lugar que me trouxesse paz, que me permitisse esquecer algumas coisas daquela cidade e me fizesse parar de chorar.

Acho válido tudo que vivemos, cada escolha é um aprendizado, sempre se tira algo bom daquilo, mas as vezes a gente leva um tempo para enxergar essa tal coisa boa. Era assim que eu tava, sem enxergar coisas boas no meu antigo relacionamento e pior, sem enxergar coisas boas na minha vida sozinha. Aquele cara me corroía por dentro todas as vezes que aparecia, não só pessoalmente como mentalmente. Eu estava presa a ele, sem paz alguma pra seguir. Foi daí que surgiu a ideia de viajar...

Minha amiga é maravilhosa, decidiu até dirigir por mim... No meio de todas as nossas conversas durante a viagem, ela me disse que eu estava mesmo precisando de paz, tava escrito pra quem quisesse ler ou entender o péssimo momento que eu me encontrava. Nessa de paz, eu perguntei a ela quem me desejaria paz e ela me disse vários nomes.

_ Além de sua família e amigos, o padeiro e o carteiro te desejariam paz. Os meus pais também, eles não gostam de conflitos inúteis. Seus gatos implorariam por paz, você anda muito ausente com eles...

Aproveitando a onda de desejos da minha amiga, comecei a dizer também quem me desejaria paz, eu não fui humilde. _ Gandhi, Mandela, Bono, Madre Teresa, Dalai Lama e Joana d’Arc. Tenho certeza que, essas pessoas que sofreram e desejaram paz, hoje me diriam: Querida, te desejo toda a paz desse e do outro mundo...

Engraçado é que eu já desejei muito alguma coisa assim, um amor forte, que me fizesse desidratar de tanto chorar. Acho que amadurecer faz a gente querer paz. A minha amiga compartilha da mesma ideia...

Carolina Tardivo