quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

“ser feliz” pelo “parecer feliz”


Li esse texto hoje num consultório enquanto esperava minha mãe sair, a opinião da Martha sobre religião é exatamente como eu penso e nunca soube explicar, aliás, tem tanta coisa simples que eu não sei explicar...

O Deus das pequenas coisas.

"'Me sinto uma fracassada'.Não é uma frase fácil de se ouvir de alguém. Soa até mesmo incompreensível quando se trata de uma mulher linda, rica, que mora numa casa deslumbrante, passa uma parte do ano no Brasil e a outra em Nova York, é casada com um homem igualmente lindo e apaixonado por ela, tem dois filhos que são uns doces, é uma profissional bem-sucedida e já deu a volta ao mundo uma meia-dúzia de vezes. O que é que falta? “Um projeto de vida”, responde ela.Existe uma insaciedade preocupante nessa mulher e em diversas outras mulheres e homens que conquistaram o que, a priori, todos desejam, e que ainda assim não conseguem preencher o seu vazio. Um projeto de vida, o que vem a ser? No caso de quem tem tudo, pode ser escrever um livro, adotar uma criança, engajar-se numa causa social, abrir um negócio próprio, enfim, algo grandioso quando já se tem tudo de grande: amor, saúde, dinheiro e realização profissional. Mas creio que esse projeto de vida que falta a tantas pessoas consiste justamente no que é considerado pequeno e, por ser pequeno, novo para quem não está acostumado a se deslumbrar com o que se convencionou chamar de “menor”.Onde é que se encontra o sublime? Perto. Ao regar as plantas do jardim. Ao escolher os objetos da casa conforme a lembrança de um momento especial que cada um deles traz consigo. Lendo um livro. Dando uma caminhada junto ao mar, numa praça, num campo aberto, onde houver natureza. Selecionando uma foto para colocar no porta-retrato. Escolhendo um vestido para sair e almoçar com uma amiga. Acendendo uma vela ou um incenso. Saboreando um beijo. Encantando-se com o que é belo. Reverenciando o sol da manhã depois de uma noite de chuva. Aceitando que a valorização do banal é a única atitude que nos salva da frustração. Quando já não sentimos prazer com certas trivialidades, quando passamos a ter gente demais fazendo as tarefas cotidianas por nós, quando trocamos o “ser feliz” pelo “parecer feliz”, nossas necessidades tornam-se absurdas e nada que viermos a conquistar vai ser suficiente, pois teremos perdido a noção do que a palavra suficiente significa.Sei que tudo isso parece fácil e que não é. Algumas pessoas não conseguem desenvolver essa satisfação interna que faz com que nos sintamos vitoriosos simplesmente por estarmos em paz com a vida, mesmo possuindo problemas, mesmo tendo questões sérias a resolver no dia a dia. É inevitável que se pense que a saída está na religião, mas dedicar-se a uma doutrina, seja qual for, pode ser apenas fuga e desenvolver a alienação. Mais do que rezar para um deus profético e soberano, acredito que o que nos sustenta passa sim, por uma espiritualidade, porém menos dogmática. É o cultivo de um espírito de gratidão, sem penitências, culpas, pecados e outras tranqueiras. Gratidão por estarmos aqui e por termos uma alma capaz de detectar o sublime no essencial, fazendo com que todo o supérfluo, que não é errado desejar e obter, torne-se apenas uma consequência agradável desse nosso olhar íntimo e amoroso a tudo o que nos cerca."
Martha Medeiros

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Para aqueles que foram e não avisaram.

Um texto da Fernanda Young


Bom, você não foi. E não ligou. A mim, só restou lamentar a sua falta de educação. Imaginando motivos possíveis. Será que você não foi porque realmente não pôde ou simplesmente não quis? Será que não ligou para não me magoar ou justamente o inverso disso?
Estou confusa, claro. Achava que você iria.
Tanto que eu aguardei sua chegada por mais minutos do que deveria, inventando desculpas esfarrapadas para mim mesma. O trânsito, o horário, a meteorologia. Qualquer pneu furado serviria. E até o último instante, juro, achei que você chegaria a qualquer momento. Pedindo perdão pelo terrível atraso. Perdão que você teria, junto com uma cara de quem está acostumada, e assim encerraríamos o assunto. Mas você não foi.
Esperei outro tanto pelo seu telefonema, com todas as esclarecedoras explicações. Para cada razão que houvesse, pensei numa excelente resposta. Para cada silêncio, num suspiro. Para cada sensatez de sua parte, numa loucura específica da minha.
Se você tivesse ligado do celular, eu seria fria. Se tivesse ligado do trabalho, seria levemente avoada. Se a ligação caísse, eu manteria a calma.
Foram muitos dias nessa tortura, então entenda que percorri todas as rotas de fuga. Cheguei a procurar notícias suas pelos jornais, pois só um obituário justificaria tamanha demora em uma ligação.
Enfim, por muito mais tempo do que desejaria, mantive na ponta da língua tudo o que eu devia te dizer, e tudo o que você merecia ouvir, e tudo. Mas você não ligou.
Mando esta carta, portanto, sem esperar resposta. Nem sequer espero mais por nada, em coisa alguma, nesta vida, para ser sincera. No que se refere a você, especialmente, porque o vazio do seu sumiço já me preenche; tenho nele um conforto que motivos não me trarão.
Não me responda, então, mesmo que deseje. Não quero um retorno; quis, um dia, uma ida. Que não aconteceu, assim deixemos para lá.
Estaria, entretanto, mentindo se não dissesse que, aqui dentro, ainda me corrói uma pequena curiosidade. Pois não é todo dia que uma pessoa não vai e não liga, é? As pessoas guardam esses grandes vacilos para momentos especiais, não guardam?
Então, eis a minha única curiosidade: você às vezes pensa nisso, como eu penso? Com um suave aperto no coração? Ou será que você foi apenas um idiota que esqueceu de ir?

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Sabe o que ta na moda? Cuidar do planeta.

É por isso que quero dar uma ajuda “verde” para incrementar o seu início de ano ecologicamente correto! (que seja assim o ano todo.)

1 Depois de um fim de ano pós-COP15 com todo mundo falando sobre mudanças climáticas e meio ambiente, não há mais desculpas para não se preocupar com o assunto. Por isso, o ponto de partida é um kit eco-básico para o dia a dia. Nele não pode faltar: uma eco bag para carregar as compras, uma garrafa reutilizável para colocar água e mug para tomar café no trabalho. Além, claro, de um cesto separado para recolher lixo reciclável.

2 Ainda no básico, um item presente em todo guarda-roupa é a camiseta. Seja com manga ou regata, invista em um modelo ecológico em algodão orgânico ou feito com fios reciclados. Podem ser encontradas em várias lojas e por diversos preços. Tem desde na C&A e Marisa até na American Apparel, Osklen, Redley e verdinha & básica.

3 Outro curinga é o jeans, seja em saia, short, calça ou jaqueta. Opte pelo jeans orgânico ou feito com algodão reciclado, como uma coleção da Levi’s.
Você sabia que o cultivo de algodão usa 25% do pesticida do mundo e ela representa somente 3% da agricultura mundial? Estes pesticidas são responsáveis pela intoxicação e morte de muitos trabalhadores. Então, abra os olhos!


4 Que tal um chinelo ou sapatilha reciclável feita com plástico reciclado? A Melissa tem alguns modelos lindos e a Goóc faz sandálias de pneus reaproveitados (que para quem não sabe geram muito lixo de difícil descarte).

5 E para terminar, um must have mega importante é a eco-bíblia “Green is the New Black”. É sério, se você não leu, vale a pena comprar, ler e deixar na cabeceira. Traz dicas de moda, beleza, comportamento, além de importantes informações de consumo consciente. Disponível na Amazon.

(Pesquisa da Revista marie claire)